• Disparidades étnicas e raciais nos partos prematuros entre gestantes da coorte NISAMI, Brasil THEMATIC ARTICLE

    Oliveira, Kelly Albuquerque de; Castro, Caroline Tianeze de; Pereira, Marcos; Cordeiro, Rosa Cândida; Ribeiro, Denize de Almeida; Rivemales, Maria da Conceição Costa; Araújo, Edna Maria de; Santos, Djanilson Barbosa dos

    Resumo em Português:

    Resumo A incidência de parto prematuro tem aumentado em todo o mundo, distribuída de forma desigual por raça/etnia. O racismo gera desigualdades econômicas, disparidades educacionais e acesso diferenciado à saúde, o que aumenta o risco de parto prematuro. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar os fatores associados à prematuridade e disparidades raciais e étnicas no parto prematuro entre gestantes atendidas durante o pré-natal em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde na zona urbana de Santo Antônio de Jesus, Bahia, Brasil. Este estudo utilizou dados de 938 mulheres grávidas com idade entre 18 e 45 anos dentro da coorte prospectiva do NISAMI. A prevalência de prematuridade foi de 11,8%, sendo maior entre as negras do que entre as não negras (12,9% versus 6,0%, respectivamente). A idade materna entre 18 e 24 anos foi o único fator associado ao parto prematuro. Foi encontrado maior risco de prematuridade entre as mulheres negras do que entre as não negras (RR 3,22; IC95% 1,42-7,32). Esses resultados revelam a existência de desigualdades raciais e sociais na ocorrência do parto prematuro.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The incidence of premature birth has increased worldwide, unequally distributed by race/ethnicity. Racism generates economic inequalities, educational disparities, and differential access to health care, which increases the risk of preterm birth. Thus, this study aimed to evaluate the factors associated with preterm birth and racial and ethnic disparities in premature birth among pregnant women attending prenatal care at the Brazilian Unified Health System health units in the urban area of Santo Antônio de Jesus, Bahia, Brazil. This study used data from 938 pregnant women aged between 18 to 45 years within the NISAMI prospective cohort. Premature birth prevalence was 11.8%, with a higher prevalence among black than non-black women (12.9% versus 6.0%, respectively). Maternal age between 18 and 24 years was the only factor associated with premature birth. A higher risk of premature birth was found among black women than non-black women (RR 3.22; 95%CI 1.42-7.32). These results reveal the existence of racial and social inequalities in the occurrence of premature birth.
  • Cáries dentárias na dentição permanente e qualidade de vida relacionada à saúde entre crianças e adolescentes com doença falciforme THEMATIC ARTICLE

    Mendes, Vera Lúcia Duarte da Costa; Risso, Patrícia A.; Santos, Marcia Pereira Alves dos

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivou-se associar condições de vida, de saúde e de saúde bucal à qualidade de vida (QLV) de crianças e adolescentes (CA) com Doença Falciforme (DF). Dos 120 usuários elegíveis de um serviço público hematológico, 106 CA entre 6 e 18 anos de idade, e seus cuidadores, responderam questões semiestruturadas sobre condições sociodemográficas, de saúde e saúde bucal. Para a QLV, o instrumento validado PedsQL DF® foi aplicado. Na sequência, realizou-se o exame clínico bucal nas CA segundo diretrizes da OMS e do SB Brasil 2010. A maioria das CA era negra (88%), idade média de 10,4 (±2.9) anos, renda familiar de até dois salários mínimos, para 03 a 05 membros, diagnosticadas na triagem neonatal com anemia falciforme, internadas por crises álgicas, em uso de polifarmácia e com cárie dental (51%). O domínio “Sobre o Impacto da Minha Dor” foi preditivo da QLVDF (R² ajustado =56%; AIC=28.67; p=0,04). Nele, a cárie dental na dentição permanente piorou a QLVDF das CA (OR=0.53; IC95%=0.35-0.78; p<0,05), associando-se ao tipo de escola, posse de carro e do número de membros na família, de complicações da DF e de medicamentos. Os achados ratificam a dor como marca da DF e mostram a importância da saúde bucal na QLDF das CA. A implementação de políticas públicas específicas pode superar esse cenário.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The aim was to associate living, health and oral health conditions with the quality of life (QL) of children and adolescents (CA) with sickle cell disease (SCD). Of the 120 eligible users of a public hematological service, 106 CA with SCD from 6 to 18 years of age, and their caregivers, answered semi-structured questions about socio-demographic, health and oral health conditions. For QL, we used the validated instrument PedsQLSCD™. The oral clinical examination occurred according to the guidelines of WHO and SB Brazil 2010. The majority of CA were non-white people (88%), mean age of 10.4 (±2.9) years, family income of up to two monthly minimum wages, for 03 to 05 members, with diagnosis of sickle cell anemia by neonatal screening, hospitalizations were due allergic crises, polypharmacy and dental caries (51%) were present. “About the Impact of My Pain” was the best-fit model for the QLSCD (adjusted R²=56%; AIC=28.67; p=0.04). Dental caries in permanent dentition worsened the QLSCD (OR=0.53; IC95%=0.35-0.78; p<0.05) and was associated with the type of school, car ownership, number of family members, of complications and of the medications. To overcome this scenario, programmatic actions are required, and implementation of public policies specifically directed towards these groups.
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